Novo Ensino Médio

Como fazer a avaliação dos alunos no Novo Ensino Médio

Para tornar a avaliação um processo de aprendizagem significativo é necessário conhecer o formato de ensino ao qual ela será associada. Por exemplo, o Novo Ensino Médio, como você já conhece, pretende alçar o aluno ao protagonismo da sua jornada de conhecimento, fazendo-o ter possibilidades de escolhas por meio dos itinerários formativos.

 

Abaixo você relembra o que é esse modelo de ensino, além de entender como fazer a avaliação dos alunos no Novo Ensino Médio.

 

O novo ensino médio

 

O Novo Ensino Médio, respaldado pela Lei nº 13.415/2017, já é conhecido pelos profissionais da educação e propõe atualizações na carga horária e nas proposições curriculares dessa etapa da formação estudantil.

 

Com itinerários formativos, além das disciplinas gerais básicas formadas por quatro áreas de conhecimento, o objetivo desse modelo é motivar os estudantes a participarem ativamente da construção de conhecimento.

 

Além disso, o Novo Ensino Médio pretende diminuir as taxas de evasão escolar, conectar o aprendizado teórico ao dia a dia dos alunos adequando o ambiente escolar à realidade dos discentes, transformar o ensino em integral e permitir que os alunos sejam os protagonistas de toda a sua trajetória de aprendizagem.

 

Para isso, a estrutura do Novo Ensino Médio é dividida em uma formação geral básica e projeto de vida, de acordo com os componentes e habilidades previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC); e nos itinerários formativos e unidades eletivas – parte flexível do currículo, que tem foco com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional.

 

A carga horária passa de 2400h oficiais do modelo tradicional de ensino médio, para 3000h, ao longo de três anos, até 2022, e 4200h no futuro.

 

Dessa carga horária 1800h devem ser separadas para a parte generalista do currículo, levando-se em conta a BNCC. Enquanto as demais 1200h ficam destinadas aos itinerários formativos, projeto de vida e eletivas.

 

Os itinerários formativos compreendem atividades diversas, projetos, oficinas, núcleos de estudos, entre outras possibilidades de escolha dos próprios alunos, e subdividem-se em alguns eixos de trabalho: Investigação científica; Processos criativos; Mediação e intervenção cultural e empreendedorismo.

 

Paralelamente a essas alterações, outra proposta do Novo Ensino Médio é permitir que parte do ensino seja ofertada na versão EAD, desde que sigam as proporcionalidades a seguir:

 

  • 20% das aulas no ensino médio diurno podem seguir o formato online
  • 30% das aulas do ensino médio noturno podem seguir o formato online
  • 80% das aulas de educação de jovens e adultos podem seguir o formato online

 

Como fazer a avaliação dos alunos no novo ensino médio

 

O objetivo de toda avaliação é fazer um diagnóstico do trabalho realizado até a sua data de aplicação. Ou seja, entender onde os alunos estão.

 

Dentro do Novo Ensino Médio, a avaliação precisa estar conectada à palavra-chave desse modelo de ensino – flexibilidade.

 

Assim, os instrumentos avaliativos devem acompanhar a inovação desta proposta e estarem conectados à rotina das escolas por meio da observação dos objetivos comuns, tais quais o novo Enem, a BNCC (que descreve os direitos básicos dos alunos em cada fase de aprendizado), e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), além dos objetivos particulares de cada instituição de ensino.

 

Assim, para ser efetiva a avaliação deve estar aliada ao currículo, às práticas pedagógicas e conter metodologias ativas.

 

De acordo com a Lei Nº 13.415, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2017, o Novo Ensino Médio, tem seu processo de avaliação regulamentado nos seguintes dispositivos.

 

“Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento:

I – linguagens e suas tecnologias;

II – matemática e suas tecnologias;

III – ciências da natureza e suas tecnologias;

IV – ciências humanas e sociais aplicadas.

• 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho esperados para o ensino médio, que serão referência nos processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional Comum Curricular.

• 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line , de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:

I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;

II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.”

 

Diante disso, podemos compreender a complexidade, os desafios e as oportunidades de se aplicar uma avaliação no Novo Ensino Médio, certo?

 

Por isso, vamos levar você a uma construção colaborativa e prática sobre o assunto, logo a seguir.

 

7 dicas práticas para fazer a avaliação dos alunos no Novo Ensino Médio

 

Em um artigo publicado no jornal Estadão, Vinícius Freaza, especialista em didática e metodologia do ensino, informa que as avaliações não podem ser enxergadas como um fim em si mesmas.

 

Ao contrário, devem servir para identificar as necessidades e dificuldades dos alunos, de forma personalizada, para, a partir disso, direcionar os trabalhos futuros; como um aplicativo de mobilidade urbana que informa qual caminho seguir.

 

Para isso, elas podem ser apresentadas por meio de dois modelos principais:

 

  1. Avaliação processual – contínua, uma avaliação conectada e coerente ao currículo e processo criado em sala de aula. Aplicada em vários formatos e que avalia o percurso do aluno.
  2. Avaliação externa – ocorre algumas vezes durante o ano, mensura a posição da escola em relação aos objetivos que ela estabeleceu.

 

Com esse conhecimento em mãos, você e outros atores do processo de educação podem seguir também algumas dicas prática para a implementação de uma avaliação significativa no Novo Ensino Médio:

 

  1. Estabelecer uma avaliação com propósito, que vá além da nota e conecte-se com BNCC, com os objetivos das escolas, práticas pedagógicas e com a realidade dos alunos.
  2. Levar em consideração a flexibilização e personalização do Novo Ensino Médio no processo de elaboração da avaliação.
  3. Avaliar a parte geral básica do currículo e também as escolhas dos itinerários formativos tendo em vista o desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos ao longo de todo o processo e não somente ao final dele.
  4. Formular um conjunto de instrumentos avaliativos que sejam capazes de direcionar as intervenções pedagógicas em cada fase.
  5. Coletar os resultados das avaliações e pensar no que fazer com esses dados
  6. Usar a construção coletiva com o aluno para a elaboração do processo de avaliação. Eles podem, por exemplo, responder aos questionamentos “De que maneira eu gostaria de ser avaliado?”, “Quanto falta para chegar a este objetivo?”, “O que ainda é preciso fazer para isso?”, “Como o professor irá me auxiliar nesse processo?”.
  7. Pautar as atividades em práticas ativas.

 

O Novo Ensino Médio representa uma forma diferente de se pensar a educação, com uma arquitetura, estrutura e metodologia que se distanciam do tradicional modelo de ensino e se aproximam das transformações sociais e culturais que a sociedade tem experimentado.

 

Para que a sua implementação ocorra de forma satisfatória para o processo de aprendizagem dos alunos, de forma integral e humana, é necessário que todos os agentes da educação estejam preparados para as atualizações e propostas do segmento que estão por vir.