Educação financeira para adolescentes:

Educação financeira para adolescentes: como e porque implementá-la

Inserir os adolescentes e, até mesmo crianças, no universo da educação financeira não quer dizer tratar necessariamente sobre investimentos e bolsa de valores.

 

A educação financeira para adolescentes pode também abordar esses tópicos, mas, sobretudo, tem como foco principal motivar os alunos a construir uma relação saudável com algo essencial para a vida adulta. Entender sobre transferências, inflação, juros, ganhos, lucro, dívidas, atividades bancárias simples, além do ato de gerenciar despesas é essencial para uma formação completa e conectada com as demandas cotidianas dos estudantes.

 

Paralelamente a essa discussão, podemos fazer uma analogia: enquanto alguns professores e profissionais da educação, por não terem contato com o universo digital previamente, tiveram dificuldades de se adaptar ao formato de ensino online, muitos jovens adultos ficam perdidos na hora de fazer um depósito, abrir contas, tomar decisões financeiras conscientes, entre outras atividades, por não terem sido instruídos sobre essa temática anteriormente.

 

Por isso, é importante que as escolas dediquem um tempo de seu currículo para atividades que tenham esse propósito: ensinar educação financeira para adolescentes

 

Afinal, qual a importância da Educação Financeira para Adolescentes?

 

O MEC responde a essa pergunta com um programa exclusivo sobre o tema, o “Educação Financeira nas Escolas”.

 

Para o ministério esse é um assunto tão importante que faz parte da Estratégia Nacional da Educação (Enef) e tem como objetivo principal conduzir os adolescentes do Ensino Médio e Ensino Fundamental pelo melhor entendimento sobre administração do dinheiro, conhecimentos básicos sobre sistema previdenciário, tributário e sobre o universo econômico em geral.

 

No programa o governo disponibiliza várias atividades que visam desenvolver esses conhecimentos, como palestras, aulas, livros e materiais digitais gratuitos.

 

Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), regulamenta que conceitos básicos de economia e finanças devem estar contidos nas aulas de matemática para o ensino fundamental.

 

Portanto, a educação financeira é importantíssima em qualquer fase da vida e respaldada pelos órgãos oficiais do segmento. Ademais, alguns dados relacionados ao contexto histórico que presenciamos desde 2020 corroboram essa afirmação. Veja:

 

  • Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) identificou que 46% da população brasileira viu sua renda ser reduzida em 2020 devido à crise sanitária.
  • Já em abril de 2021, como consequência do tópico anterior, o Brasil alcançou o maior patamar de pessoas endividadas, que representam 67.5% da população.
  • A economia é dependente dos contextos sociais, históricos e sanitários, como vimos com a pandemia da Covid-19. Saber gerenciar não só o dinheiro, como também os desafios de uma eventual crise, é uma habilidade essencial nos dias de hoje.
  • Segundo a Agência Brasil, o país, de 15 avaliados, figurou na última posição no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que avaliava um ranking de competências financeiras.
  • Outro levantamento, realizado pela Associação de Educação Financeira (AEF-Brasil), em parceria com o Serasa, identificou que ⅓ dos jovens do estudo disse ter aprendido sobre como poupar dinheiro após ter participado de algum curso, treinamento, ou atividade relacionado a isso.

 

Ou seja, tratar de educação financeira para adolescentes é regulamentado pelos documentos oficiais da educação e se mostra extremamente importante para transpor desafios básicos e mais complexos numa fase posterior dos estudantes.

 

Quanto antes se introduzir essas noções na realidade dos alunos, mais bem preparados eles estarão para as demandas da vida adulta, prática e profissional.

 

Como implementar educação financeira para adolescentes na escolas

 

  1. Conheça as regulamentações sobre o assunto da BNCC e dos órgãos oficiais.
  2. Pense, de forma colaborativa com os próprios alunos, em exercícios, atividades individuais e em grupo sobre essa temática.
  3. Motive os alunos a buscarem informação sobre o tema em materiais diversos – sejam vídeos, livros, podcasts. E também os disponibilize.
  4. Proponha dinâmicas que sejam conectadas com o dia a dia dos adolescentes, como por exemplo exercícios que observem o uso da cantina, o orçamento para o material escolar, etc.
  5. Desenvolva aulas, projetos, palestras, atividades em geral relacionadas, mesmo que indiretamente, ao tema.
  6. Trabalhe propostas de bonificação (com uma moeda fictícia criada apenas para as atividades da classe) que faça o estudante compreender noções de ganho, de necessidade poupar o bônus adquirido para um interesse maior depois, entendimento do valor de troca, dívidas, juros, etc.
  7. Mensure sempre as atividades realizadas para entender se elas de fato estão se conectando à jornada de aprendizagem do aluno.