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5 principais desafios do letramento digital

Quando pensamos nos desafios do letramento digital, para estudantes ou professores, a infraestrutura é a primeira problemática a aparecer. Afinal, sem os aparelhos eletrônicos não há a possibilidade de um processo pleno de letramento digital. Entretanto, existem outras discussões que devem ser abordadas nesse contexto e é isso que iremos expor de forma objetiva logo abaixo. Vamos juntos?

 

O que é cibercultura?

 

O autor Pierre Levy foi capaz de descrever a realidade transformada pelas informações em nuvem como um novo meio de comunicação, pautado na interconexão mundial de computadores, e no universo enorme de informações que abriga as pessoas que navegam e alimentam esses mecanismos. É neste cenário que encontra-se a definição do que é “cibercultura”. De forma geral, o conceito compreende um conjunto de comportamentos, hábitos e fenômenos como a comunicação em rede, acesso à informação e indústria cultural, na era digital. Ou seja, a cibercultura é a maneira como a sociedade se comporta, absorve, reproduz e cria novas habilidades, comportamentos e ações diante da evolução digital.

 

Por isso, o letramento digital está diretamente relacionado com a cibercultura, pois ele permite que essa cultura contemporânea seja acessada e potencializada por todos.

 

Desafios do letramento digital

 

1) Entender o letramento digital para além das ferramentas

 

Um dos principais desafios do letramento digital consiste na percepção de que esse conceito envolve mais do que o acesso à ferramentas e à infraestrutura. Principalmente quando se trata da educação, é preciso entendê-lo como um instrumento para reflexões que não favoreçam somente o tecnicismo, ou, levem em consideração apenas as ideias de que tecnologias promovem desenvolvimento ou de que as tecnologias não promovem desenvolvimento.

 

O letramento digital permite a emancipação do sujeito digital, o qual compreende as TCI’s – Tecnologias da Informação e do Conhecimento – e as utiliza para transformação da sua realidade tangível. Assim, o primeiro desafio dessa metodologia é entender como desenvolvê-la para além das ferramentas.

 

2) Formação dos professores

 

O desafio anterior nos leva a este, que é um dos mais urgentes. A pandemia e a necessidade do isolamento social foram capazes de revelar um cenário no qual, além de pouca infraestrutura, os agentes educacionais tinham dificuldades de lidar com o mundo online por desconhecê-lo. Isso evidenciou que a formação dos professores ainda segue perfil tradicional e sem envolvimento com as transformações da tecnologia.

 

A exemplo disso, o Movimento Todos pela Educação ouviu cerca de 4 mil professores da rede pública do país e identificou que mais de 60% desse público não havia realizado cursos relacionados à aplicação de tecnologias digitais ou algum treinamento em informática de forma geral. Além disso, ainda hoje há ainda resistência de parte dos docentes nessa integração, muitas vezes, por essa realidade não ter sido incentivada nos seus processos de capacitação continuada.

 

Portanto, explorar e modernizar a forma como os professores se capacitam é um dos desafios para a implementação do letramento digital. Afinal, essas figuras atuam como mediadores intransferíveis da realidade com o meio digital.

 

3) A integração dos projetos educacionais

 

A promoção do letramento digital está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). De acordo com este documento, homologado em dezembro de 2018 pelo então Ministro da Educação Rossieli Soares Silva, as escolas devem auxiliar os estudantes a compreenderem o mundo digital e agirem criticamente sobre ele.

 

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”

 

Por isso, se faz necessário que as instituições de ensino, sejam elas da rede pública ou do sistema privado, elaborem um programa de transformação para o letramento digital que seja capaz de integrar um planejamento estratégico de todos os setores das escolas, aquele que direcione onde a instituição está e onde ela quer chegar.

 

4) A infraestrutura e a inclusão digital

 

Falar em letramento digital pressupõem que haja acesso às plataformas eletrônicas. Não há como se falar em letramento digital pleno, sem que haja o trabalho com as ferramentas e plataformas. Assim, esse ainda é um dos principais desafios do letramento digital. A realidade das escolas é diferente umas das outras, a dos professores e alunos também. Políticas públicas que analisem esse cenário devem levar em consideração que essa é uma premissa básica para que a educação garanta a inclusão social de crianças, jovens e adultos.

 

5) Conhecimento de mercado

 

Outro desafio do letramento digital, que pode também ser encarado como uma oportunidade, é o conhecimento do mercado da educação nos dias de hoje. Escolas e instituições de ensino que tenham como parte da sua rotina essa atualização podem conhecer ferramentas e empresas que auxiliam o processo de inserção digital e aproveitamento efetivo desse cenário.

 

É o caso das techs, startups de educação pautadas em metodologias, plataformas e tecnologias que promovam uma educação inovadora. Aliar-se a essas marcas, como a Inicie, por exemplo, é uma ótima forma de pensar em um paradigma educacional moderno, com foco nas habilidades que a nova configuração social requer – aquela que solicita o desenvolvimento de soft skills e o conhecimento da nuvem.