Assim como este método trouxe benefícios para diversas áreas, a aprendizagem de línguas no ensino híbrido também ganhou muito potencial. Os processos de aprendizagem tornam-se mais complementares entre si, com a possibilidade de mesclar recursos físicos com digitais no dia a dia das instituições.
O ensino de línguas em especial pode se beneficiar muito deste formato, agregando principalmente recursos audiovisuais em adição aos livros educativos.
Existem, como em todos os cenários de ensino híbrido no Brasil, desafios de implementação e adesão massiva. Os principais giram em torno da dificuldade de acesso à tecnologia e internet no país, ferramentas fundamentais para o consumo da educação híbrida.
Para conhecer um pouco mais sobre os desafios do uso do ensino híbrido na aprendizagem de línguas, e entender como superá-los, continue a leitura deste artigo.
Aprendizagem de línguas no ensino híbrido
Desde os primórdios das sociedades organizadas, a comunicação eficiente é um fator fundamental. Para isso, se faz necessária a compreensão dos diferentes dialetos e formatos de expressão, tais quais as línguas ou idiomas.
A aprendizagem de línguas, por si só, já carrega uma visão de hibridismo. São quatro as principais habilidades linguísticas consideradas no processo de ensino de um novo idioma: ler, escrever, ouvir e falar.
Só aí já encontramos alguns caminhos de mescla de formatos de ensino. Isso porque recursos como áudios, por exemplo, já são utilizados há anos nos processos de reconhecimento e aprendizagem auditiva das línguas.
Dentro do que se entende hoje como ensino híbrido, professores e instituições escolares enxergam um grande potencial de otimizar o aprendizado de idiomas. Um exemplo está nos recursos conhecidos no inglês como speaking practice (para “treino de fala”) e listening (como em treino de audição).
Outra forma de utilizar a tecnologia e os meios digitais a favor da aprendizagem de línguas no ensino híbrido é através das práticas de escrita. Existem ferramentas, como o próprio Google Documentos, que podem ser configuradas para aplicar uma correção automática no idioma desejado. Assim, conforme o aluno vai produzindo seu conteúdo naquela página, a ferramenta já sugere correções quando identificar falhas.
Isso não exime, é claro, o professor de suas atividades orientativas. No entanto, traz para o aluno uma maior autonomia em seu próprio processo de aprendizagem. Além disso, permite otimizar o tempo de todos os envolvidos e proporcionar maior tempo das crianças e jovens em contato com a nova língua.
As escolas que implementam recursos do ensino híbrido na aprendizagem de idiomas ganham, ainda, maior escala na divisão dos espaços de aprendizagem. Ganham também flexibilidade, uma vez que os recursos, atividades e exercícios ficam disponíveis online e podem ser consultados pelos alunos quando e onde desejarem.
Desafios na implementação da metodologia
O acesso à infraestrutura, tecnologia e internet ainda seguem sendo os principais desafios da implementação da aprendizagem de línguas no ensino híbrido no Brasil. Isso porque, para consumir conteúdos digitais, na parcela remota da metodologia, é preciso ter à disposição celulares, tablets ou computadores.
E aqui, quando trazemos essa barreira à tona, não estamos nos referindo somente aos alunos. O cenário de pandemia evidenciou que muitos professores também não possuem acesso a esses recursos, o que é um agravante ainda maior.
Um segundo desafio a ser considerado neste sentido é a capacitação dos educadores, que deram início a uma migração para o digital na pandemia, mas ainda têm um longo caminho a percorrer. A fluência digital dos professores é essencial para que as aulas sejam ministradas com a maior eficiência possível, transmitindo aos alunos todas as possibilidades de que podem usufruir.
As instituições de ensino precisam assumir a responsabilidade de estar por trás da estrutura a ser oferecida para a aprendizagem de línguas no ensino híbrido. Assim, os gestores devem fazer avaliações constantes do cenário da escola, compreendendo o que precisa ser melhorado e que recursos são necessários para isso.
Investir na formação docente é um dos caminhos mais garantidos, e que deve estar sob orientação e disponibilização de recursos por parte da escola. Os professores também devem buscar capacitação e formação continuada, porém as instituições são grandes responsáveis por criar e manter ambientes que fomentem esse tipo de qualificação.