3 dicas de acessibilidade em aulas remotas

Seja no ensino básico, fundamental e até superior, pessoas com necessidades especiais enfrentam todos os dias grandes desafios no que diz respeito a terem melhor acesso aos sistemas de aprendizagem. Para ajudar a sua instituição a passar por este desafio, a Nuvem Mestra promoveu uma live sobre inclusão e acessibilidade em aulas remotas e destacamos neste artigo as principais dicas que o Doug Alvoroçado compartilhou com o público.

 

Você já interage na sua instituição com pessoas com necessidades especiais? Ainda não mas já quer começar a preparar sua escola ou universidade para receber esse público? Então este artigo é para você! Continue lendo e confira 3 dicas práticas para implementar acessibilidade nas suas aulas remotas — e também fora delas, no mindset da sua instituição. Vamos lá!

 

A importância da acessibilidade

 

Antes de começarmos a falar sobre acessibilidade em aulas remotas é importante desmistificar um pouco este conceito. Acessibilidade é um conjunto de medidas e práticas implementadas com o objetivo de tornar os espaços cada vez mais inclusivos possibilitando a todos o acesso a serviços e lugares.

 

No que diz respeito ao setor da educação, pensar em acessibilidade tem relação direta com a formação dos professores, o preparo do ambiente físico e virtual, a integração de diferentes tecnologias na sala de aula e a implementação de práticas adequadas às diferentes necessidades especiais.

 

Implementar práticas cada vez mais acessíveis é um grande desafio, visto que a maioria das instituições não contam com profissionais olhando de forma exclusiva para isso. Assim, acabamos vendo muitos casos em que as necessidades dos estudantes não são atendidas de forma permanente, mas de forma adaptada. 

 

A adaptação das estruturas e dos recursos enquanto não se tem uma solução permanente é uma parte correta do caminho, porém é sempre importante visar a adequação e não somente a adaptação. Um grande aliado das instituições de ensino no processo de adequação é a mediação através de recursos tecnológicos assistivos e acessíveis. 

 

Tecnologias assistivas são aquelas já concebidas com o objetivo de promover a inclusão — como aplicativos de tradução de LIBRAS ou ledores de tela —, enquanto as acessíveis são todas as que, mesmo não tendo surgido com esta finalidade, conseguem facilitar a rotina de pessoas com necessidades especiais, seja na escola ou fora dela. Um exemplo que se aplica de forma significativa à educação é a plataforma do Google for Education e todas as suas funcionalidades.

 

Vamos conferir algumas dicas práticas que você já pode começar a estudar para implementar na sua instituição agora mesmo.

 

#1 Mudar a perspectiva

 

A implementação de ações de acessibilidade é uma questão estrutural que precisa estar vigente na sua instituição para funcionar. Neste sentido, é preciso transformar a perspectiva pela qual os gestores e professores percebem essas ações, estabelecendo a consciência de que as deficiências são parte das pessoas.

 

Neste sentido, temos duas dicas práticas do que você pode começar a fazer desde já. A primeira é conhecer. Pesquise e se informe cada vez mais em conteúdos como este, como a nossa live e como os demais materiais do nosso site, pois quanto mais você souber e conhecer sobre este universo da inclusão e acessibilidade, mais bem preparado estará. Conversar com pessoas com deficiência será fundamental nessa trajetória, pois nada pode ser pensado para eles sem que eles próprios manifestem suas opiniões.

 

A segunda dica é fazer uma substituição do tradicional “o aluno não sabe fazer” pelo inclusivo “o que ele já sabe fazer”. Isso faz parte da mudança de perspectiva pois, a partir do momento que você limita as capacidades do estudante ao que ele é ou não capaz de fazer de acordo com alguns padrões, você pode estar impedindo que ele se desenvolva até mesmo nessas capacidades por outros meios.

 

Todas as pessoas são diferentes e possuem maneiras diversas de aprender e de executar atividades, e no caso das pessoas com necessidades especiais isso funciona da mesma forma. Por isso, para prestar uma assistência de qualidade aos seus alunos, procure compreender o que eles já sabem fazer e como, através daquelas ferramentas já habilitadas, você pode estimular seu aprendizado daquilo que ele ainda não desenvolveu. Confira a apresentação: Acessibilidade em aulas remotas

 

#2 Audiodescrição

 

Desde uma única apresentação até um curso inteiro, pensar em audiodescrição para promover acessibilidade a pessoas com necessidades especiais relacionadas à audição é uma boa dica prática para você começar. 

 

Incluir textos alternativos nas suas imagens para possibilitar a identificação delas por ledores de tela para pessoas com deficiência visual que utilizam este recurso, e descrever os professores e os cenários em que eles estão presentes para incluir também essas pessoas são algumas das formas de tornar aulas remotas mais acessíveis.

 

Existem diferentes ferramentas que podem te ajudar neste processo, mas em geral ele é bastante simples. Uma delas é o Online Voice Recorder e outra é o próprio gravador de áudio do celular. Basta o professor gravar as explicações e anotações para serem inseridas nas aulas e apresentações e incluir estes arquivos de áudio no Google Docs e Google Apresentações.

 

Outros exemplos de ferramentas, que podem inclusive ser instaladas como extensões do Google Chrome, são: Kaizena, Talking Comment e Mote. Por meio de todas elas você terá a possibilidade de acrescentar notas de áudio nos materiais apresentados aos alunos e facilitar a compreensão.

 

#3 Investir em ferramentas do Google for Education

 

Já falamos um pouco de como o Google Docs e o Google Apresentações podem ser tecnologias acessíveis mesmo sem serem assistivas, porém agora a ideia é aprofundar um pouco mais em exemplos práticos.

 

Letramento visual com o Google Docs

 

Uma das maneiras de auxiliar na alfabetização e/ou letramento visual em aulas remotas ou presenciais (pode ser aplicado às duas finalidades) é utilizar símbolos e imagens aliados às palavras em arquivos do Google Docs. Criando um documento em formato de tabela e preenchendo os textos em linhas intercaladas, você cria um espaço para inserir imagens e relacioná-las às palavras que os seus alunos apresentem dificuldade de compreensão.

 

Assim, por meio do recurso “Explorar” você pode pesquisar pelas palavras que deseja simbolizar e os resultados poderão vir tanto de bancos de imagens já existentes no seu Google Drive quanto da internet como um todo, caso não seja localizadas correspondências da pesquisa neste primeiro. Ao inserir as imagens aliadas aos textos você facilita a compreensão do estudante e auxilia na identificação por parte dele de que aquela palavra possui aquele significado.

 

Uma dica super legal compartilhada pelo Doug na live foi a de que você pode também solicitar ao estudantes com necessidades especiais e seus familiares imagens dos pais, avós etc. para que essas também possam ser associadas no letramento visual quando houver a oportunidade.

 

Mesclando um pouco das duas dicas anteriores, é possível implementar a criação de glossários nos materiais de apoio e nos trabalhos dos seus alunos com necessidades especiais para prestar assistência com relação a termos que eles talvez não conheçam. Isso pode ser realizado tanto por meio de notas de áudio quando por meio da inserção de imagens.

 

Veja como os Chromebooks podem ajudar a construir aulas mais acessíveis

 

Edição acessível de vídeos

 

Outra ferramenta que contribui intensamente no dia a dia de profissionais da educação junto a estudantes com necessidades especiais é o uso do editor de vídeos Edpuzzle. Por meio desta ferramenta você pode aplicar a vídeos próprios ou de terceiros uma legendagem apropriada; o corte de trechos e até a dublagem quando necessário.

 

Além disso, a plataforma permite que sejam inseridas notas de áudio, imagens, questões e quaisquer outros comentários que sejam interessantes para a interação com os estudantes e para a melhora de sua experiência de aprendizado em aulas remotas onde o professor não está fisicamente presente para sanar eventuais desafios.

 

Para não terminarmos de falar sobre recursos acessíveis envolvendo vídeos, queremos citar aqui a ferramenta Insta Learning, que permite a edição de páginas de sites para complementar e facilitar a compreensão. Podem ser destacados trechos do conteúdo, inseridas notas com explicações, post its e até mesmo gravar vídeos e áudios. Ao final do processo você pode salvar a sua página modificada e enviar aos seus alunos.

 

Como vimos neste material, as possibilidades de incluir e tornar acessível todo e qualquer ambiente, seja ele físico ou virtual, são muito diversas. Especialmente no caso das salas de aula, o importante é que a sua instituição já esteja pensando em promover ações de inclusão mesmo que não haja ainda estudantes com necessidades especiais matriculados. 

 

Esteja pronto para atendê-los da melhor forma quando eles chegarem, informe-se agora mesmo ainda mais sobre o Google for Education e implemente essa solução com consultores especializados!


Confira também o resultado da live sobre  inclusão e acessibilidade em aulas remotas que promovemos com o professor Doug Alvoroçado, um dos maiores especialistas do país na área, e um pouco mais sobre o posicionamento dele sobre o tema. Acompanhe o nosso blog e compartilhe esse conteúdo. Inclusão e acessibilidade na educação é coisa séria!