Metodologias ativas de aprendizagem são alternativas aos métodos tradicionais de educação, colocando o estudante no centro do processo educativo. O principal objetivo das instituições que se utilizam de metodologias ativas é estimular a participação e a autonomia dos alunos para que sejam — e se sintam — corresponsáveis pela sua aprendizagem.
Neste artigo você vai conhecer um pouco mais sobre os diferentes tipos de metodologias ativas de aprendizagem e vai entender também sobre como aplicá-los na sua escola. Confira!
O que são metodologias ativas de aprendizagem
As metodologias ativas de aprendizagem são processos educacionais nos quais os estudantes são estimulados a participar de forma mais direta e protagonista em sua própria educação. Assim, ao invés de somente absorver passivamente conteúdos apresentados pelos professores, nas metodologias ativas o estudante também é responsável por buscar conhecimento e aplicá-lo.
Esse tipo de abordagem ganha força com as mudanças que vêm acontecendo na sociedade, e nas novas demandas que precisam ser atendidas. Em um mundo cada vez mais dinâmico, conectado e competitivo, é fundamental que as crianças e jovens sejam preparados para se posicionar e conquistar seus próprios espaços. As teorias já são discutidas há muitos anos, mas a pandemia de Covid-19 impulsionou sua implementação.
Sala de aula invertida
Dentro das metodologias ativas de aprendizagem, o conceito da sala de aula invertida é um dos que conta com maior adesão pelas instituições de ensino. Sua teoria se baseia em otimizar mais o tempo em sala de aula, tornando-o mais interessante e aproveitável para os alunos. Para isso, propõe-se o estudo prévio em casa sobre os temas a serem trabalhados na aula.
Assim, a ideia é que os professores encaminhem conteúdos virtualmente para serem consumidos e estudados em casa pelos alunos. Ao chegar na sala de aula já com este conhecimento em mãos, a aula torna-se um espaço para esclarecimento de dúvidas e realização de debates a respeito das temáticas estudadas. A aula torna-se mais participativa e dinâmica, e menos só o professor expondo conteúdos e os alunos ouvindo.
—> Para colocar em prática na sua escola:
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Promova debates sobre assuntos estudados nas disciplinas.
Aqui, um caminho pode ser aproveitar o tema que foi passado para leitura e estudo em casa e, na aula, propor uma dinâmica de cadeiras em círculo, como uma grande roda. Nela o objetivo pode ser debater sobre o tema proposto, estimulando os alunos a trazerem observações, interpretações e pontos de vista.
O professor, neste caso, deve atuar como um mediador do debate, propondo linhas argumentativas, objetivos e conduzindo a conversa entre os estudantes.
Aprendizagem baseada em projetos
Este formato pode ser complementar à sala de aula invertida, no sentido de propor o desenvolvimento de projetos a partir dos temas estudados em casa. Explicamos melhor: a aprendizagem baseada em projetos é uma das metodologias ativas de aprendizagem e tem como objetivo fazer com que os alunos aprendam através do desenvolvimento colaborativo de soluções para problemas ou desafios.
Assim, a PBL faz com que os alunos desenvolvam um maior senso crítico e investigativo, além de um perfil mais criativo, buscando soluções para situações expostas. Ao integrar as duas metodologias ativas, o professor ganha tempo em sala de aula, tornando o processo todo muito mais interessante para os alunos e produtivo para todos.
—> Para colocar em prática na sua escola:
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Ao final de cada conteúdo da disciplina, proponha um desafio.
O desafio proposto deve ser de ordem prática, estimulando nos estudantes a pesquisa, a mão na massa e a busca por conhecimentos novos a partir dos temas estudados. Busque conectar o assunto trabalhado naquela seção a alguma atividade extra que possa ser complementar.
Por exemplo: na aula de português, se a turma finalizou a matéria de poemas concretos, você pode propor que cada estudante escreva um poema como este. Ou então, na aula de geografia, se o tema concluído foi relacionado a formações rochosas vulcânicas, proponha que seja construída uma maquete representando algum vulcão à escolha do grupo. E assim por diante, estimulando sempre o desenvolvimento de algum projeto a partir dos conhecimentos adquiridos, para ampliá-los ainda mais.
Aprendizagem baseada em problemas
Também podendo envolver a prática de estudo de caso, a aprendizagem baseada em projetos tem como objetivo desenvolver um pouco mais a parte teórica da reflexão nos estudantes. A ideia aqui é que o professor coloque para os alunos alguma situação problema que precisa ser resolvida por eles, com base nos conhecimentos da matéria e em pesquisas complementares.
Isso tem como finalidade estimular a capacidade de resolução de problemas, o interesse pela pesquisa e o desenvolvimento de senso crítico para avaliar cada caso e propor soluções.
—> Para colocar em prática na sua escola:
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Estudos de caso atrelados ao tema da aula.
A aplicação dos estudos de caso é uma das formas mais tradicionais e simples de implementar a aprendizagem baseada em problemas. Através da disponibilização de um caso real de alguma situação para os estudantes, sem relatar o seu desfecho, é possível estimulá-los a raciocinar em cima daquela trama. O resultado final deve ser defendido e sustentado por uma boa linha argumentativa, de modo que não deve haver certo ou errado. Experimente!
Aprendizagem entre pares ou times
Nossa última dica de hoje tem a ver com a aprendizagem entre pares, ou seja, os próprios alunos construindo coletiva e colaborativamente o conhecimento. A ideia desta metodologia é formar grupos na sala de aula, seja de forma presencial ou remota, e lançar temáticas para que haja um compartilhamento de ideias e a construção do conhecimento.
Aqui entra a aplicação prática da parte dos 95% da pirâmide de Glasser, que é o aprender ensinando. Ao conversar em grupos sobre o assunto, cada estudante consegue se manifestar contribuindo com alguma parcela da temática e, ao ensinar ou repassar esse conhecimento adiante, também ganha muito aprendizado.
—> Para colocar em prática na sua escola:
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Fomente as trocas de debates entre os estudantes.
O papel do professor não deixa de existir só porque os estudantes estão aprendendo em pares. A ideia é que o professor seja o guia dessas conversas, direcione as temáticas a serem debatidas e passe de grupo em grupo deixando também a sua contribuição com o tema.
Por isso, uma dica prática sobre como implementar essa metodologia na sua sala de aula é a de propor que os alunos leiam em casa sobre uma parte do conteúdo (já aplicando também a sala de aula invertida) e preparem anotações para simular como se fossem dar a aula sobre aquele tema para seus colegas. Que tal tentar?
Um recurso que pode contribuir muito com a sua escola na implementação de metodologias ativas de aprendizagem é o ensino híbrido. Através da combinação de atividades remotas e presenciais, estimula-se o estudo individual em casa, abrindo espaço para o pensamento crítico.