No dia 24 de abril, é celebrado o Dia Nacional da Família na Escola, uma data criada para fortalecer a parceria entre escola e comunidade e lembrar que educar vai muito além do conteúdo das disciplinas. Educar é escuta, vínculo e acolhimento. Por isso, mais do que nunca, essa aliança entre escola e família se mostra fundamental quando abordamos os desafios da infância e da adolescência.
Afinal, o que significa “família na escola”?
Não se trata apenas da presença da família em reuniões ou eventos. O verdadeiro sentido da data está em criar um canal de diálogo contínuo a partir do qual a escola e a família compartilham responsabilidades, aprendizados e estratégias para apoiar os estudantes — principalmente os que enfrentam dificuldades emocionais, sociais ou comportamentais.
Para entender o quanto isso é urgente, basta olhar em volta, ou assistir à série Adolescência, da Netflix.
Quando a escola e a família não estão presentes…
A produção, inspirada em fatos reais, acompanha Jamie, um garoto de 13 anos acusado de assassinar uma colega. É uma história que incomoda — e precisa incomodar —, porque ela escancara os maiores desafios que podem ser enfrentados quando os adolescentes são deixados à margem: bullying silencioso, subculturas online perigosas, masculinidade tóxica, redes sociais que alimentam o ódio, famílias ausentes ou perdidas.
Tudo isso nos leva a uma pergunta fundamental: estamos realmente ouvindo nossos jovens?
Ouvir um adolescente vai muito além de deixá-lo falar. Envolve saber ler seus silêncios, criar espaços seguros de expressão, acolher sem julgar. E é exatamente isso que a educação socioemocional propõe: desenvolver empatia, escuta ativa, autorregulação e consciência emocional, tanto nos alunos quanto nos adultos que os cercam.
Apesar de prevista na BNCC, essa abordagem ainda é tratada como um complemento. Mas, na prática, ela deveria estar no centro da vida escolar e familiar, porque, sem essas habilidades, qualquer tentativa de diálogo se torna frágil. Diante disso, muitos jovens continuam lidando sozinhos com dores que não sabem nomear.
Que tal aproveitar essa data para fortalecer os laços? Que tal promover rodas de conversa, oficinas com famílias e ações que aproximem a escola da realidade dos alunos? Quando escola e família se reconhecem como parceiras, todo o ecossistema educativo se transforma — e esse movimento pode (e deve) ser construído intencionalmente.
Para apoiar esse processo, a Inicie oferece uma série de palestras voltadas à comunidade escolar que envolvem famílias, professores e alunos em temas essenciais da atualidade. Em As emoções na comunidade escolar, trabalhamos o letramento socioemocional e estratégias para promover o bem-estar coletivo. Em Segurança e cidadania digital, capacitamos os estudantes para proteger sua privacidade e agir com responsabilidade no ambiente online. Já em Geração like e equilíbrio digital, refletimos sobre o uso da tecnologia na juventude e os impactos da hiperconexão. Por fim, em Cyberbullying: feridas reais no mundo virtual, promovemos o respeito e a empatia como formas de combater a violência digital.
São momentos potentes de escuta, troca e construção conjunta que ajudam a preparar toda a comunidade escolar para os desafios — e as oportunidades — da vida em rede.