As fases do ensino híbrido: como aplicar

Da mesma forma que todos os setores da economia e da sociedade, a educação foi intensamente afetada pela pandemia de Covid-19. Os processos de ensino e aprendizagem passaram por uma transformação que levaria anos para se concretizar em um contexto diferente. Assim, diversas dúvidas começaram a surgir sobre o conceito de ensino híbrido: como aplicar, qual a definição, que fases existem etc.

 

Para ajudar a sua instituição com esses esclarecimentos, preparamos este artigo com uma apresentação das fases do ensino híbrido (também conhecido como Blended Learning), como elas funcionaram durante a pandemia e quais os passos para implementar, de fato, a metodologia.

 

O que é ensino híbrido

 

Segundo definição do livro Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação, de Michael Horn e Heather Staker, “ensino híbrido é qualquer programa educacional formal no qual um estudante aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino online, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, o lugar, o caminho e/ou o ritmo”.

 

A parte que menciona o aprendizado “pelo menos em parte por meio online” refere-se principalmente ao entendimento de que as aulas na educação formal são, presumidamente e tradicionalmente, presenciais. Assim, ensino híbrido é uma modalidade em que o online e o presencial se complementam, trazendo para foco a personalização da educação.

 

Cada estudante tem autonomia para identificar e construir a sua própria jornada de aprendizagem dentro do seu curso ou itinerário formativo. O professor passa a atuar como um mediador do aprendizado deixando o aluno no centro do processo, e não somente como um transmissor de conhecimento e o aluno como um receptor.

 

As fases do ensino híbrido

 

Especialmente no início da pandemia, quando se estava iniciando a abordagem sobre o assunto, o conceito de ensino híbrido passou por diversos momentos de confusão. Isso porque, segundo os especialistas da educação, existem três etapas no caminho para a implementação do ensino híbrido: ensino remoto, HOT (here or there) e ensino híbrido efetivamente.

 

O que ocorre é que muitas vezes as instituições e professores tratam a adaptação de uma aula presencial para online, ou até mesmo o próprio cenário de EAD, como sendo ensino híbrido. No entanto, existem diferenças significativas entre essas etapas, e é fundamental ter compreensão acerca disso durante a implementação na sua instituição. Confira a seguir.

 

Ensino Remoto

 

Quando a sua instituição estiver com todos os estudantes tendo aulas a distância, realizando tanto atividades síncronas quanto assíncronas, você está aplicando o que se entende como ensino remoto. A principal característica deste formato educacional é a ausência de encontros presenciais, e isso independente da pandemia, pois o conceito já era aplicado especialmente em universidades antes disso.

 

HOT (Here Or There)

 

Já no formato Here Or There (HOT), uma parte dos alunos fica em casa e outra parte na escola de forma presencial. A estrutura das aulas neste modelo se dá com a transmissão do mesmo conteúdo e formato que está sendo aplicado na sala de aula física para o online. Assim, os estudantes que estão remotos basicamente assistem às aulas que estão sendo ministradas na escola através de uma reunião de Google Meet, por exemplo, sem que haja um tratamento ou preparo direcionado para as necessidades deles.

 

Ensino Híbrido

 

Chegando, enfim, ao ensino híbrido, temos aqui a aplicação do conceito de uma mescla entre os formatos online e presencial através de uma estrutura planejada de atividades com objetivos pedagógicos claros. Conforme sinalizado anteriormente neste artigo, no ensino híbrido já se aplica e se identifica uma maior personalização do ensino e das jornadas educacionais, trazendo os objetivos dos alunos para dentro do seu processo.

 

Ensino híbrido: como aplicar na sua instituição

 

Agora que você já entendeu a diferença entre as etapas que antecedem o ensino híbrido de fato, é hora de conhecer alguns passos possíveis para implementá-lo na sua instituição.

 

O primeiro passo é a realização de uma análise aprofundada do cenário atual da sua instituição. Informações como a estrutura existente, os principais desafios, objetivos, visão de futuro, disponibilidade de recursos, equipe, competências e habilidades a serem trabalhadas junto aos alunos etc. devem estar contempladas nesta análise para os melhores resultados. A partir disso, a sua equipe de gestão poderá definir qual o melhor modelo a ser implementado para atender às necessidades traçadas.

 

Depois, então, o próximo passo será preparar e capacitar toda a equipe docente, diretores e demais profissionais envolvidos no dia a dia da instituição para ter maior acesso a informações referentes ao ensino híbrido. Somente com total engajamento da equipe é que o sistema terá espaço para funcionar em sua plenitude na escola ou universidade. Além disso, os alunos, pais e responsáveis também devem ser instruídos acerca de como os processos serão realizados.

 

Na sequência, tomada a decisão pela implementação do ensino híbrido, a sua instituição precisará elaborar um planejamento pedagógico que leve o formato em consideração. Isso deve levar em conta desde a concepção dos conteúdos a serem abordados nas aulas, passando pela gestão do tempo que os estudantes precisarão realizar no novo formato, até a definição dos papéis e responsabilidades dos professores, diretores e alunos e o melhor formato para coleta de evidências de aprendizagem.

 

Além disso, a integração entre o online e o presencial deverá ser altamente contemplada dentro do planejamento, visto que é aí que está a essência do ensino híbrido e de como aplicá-lo. Ao longo de todo o ciclo, monitore o desempenho e faça redesenhos sempre que necessário para buscar a melhor experiência.

 

A seguir, resumimos alguns caminhos abordados e que você pode adotar, confira!

 

  • análise do cenário atual;
  • mapeamento de necessidades;
  • capacitação da comunidade escolar;
  • construção de um planejamento pedagógico adaptado ao formato;
  • previsão de atividades de integração entre o online e o presencial;
  • monitoramento e análise do desempenho.