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Educação emocional: 4 estratégias para melhorar a autoestima e a confiança dos alunos

Educação emocional é uma metodologia que tem como objetivo auxiliar as crianças em estágio inicial de desenvolvimento cognitivo a conhecer melhor suas emoções. Este processo educativo visa fazer com que as crianças sejam capazes de identificar suas emoções, nomeá-las, entender o que as desperta e o que elas significam em cada momento.

 

A educação em sua forma tradicional não levava em consideração este enfoque, mas o olhar para a afetividade contribui em muito para moldar as principais concepções da criança sobre a vida e, principalmente, sobre si mesma.

 

4 sugestões de educação emocional para crianças

 

A nossa formação enquanto indivíduos, na sociedade em que vivemos, está muito pautada pelo desenvolvimento físico e profissional. Olhar para as nossas emoções e aprender a lidar com elas faz parte da vivência de uma parcela mínima da população. Existem muitos tabus em torno disso, o que cria algumas barreiras para quando as pessoas resolvem cuidar.

 

No entanto, o processo deveria ser o contrário, visto que as emoções sustentam toda a nossa existência. Elas permeiam os nossos comportamentos, nossa forma de agir, de tomar decisões e de nos relacionar com os outros e com nós mesmos. Aprender a identificar e acolher nossas emoções e sentimentos nos dá maior controle sobre como vamos lidar com as situações a que somos expostos.

 

Por isso a importância da educação emocional acontecer desde cedo,  a partir da primeira infância., tanto no ambiente familiar quanto no ambiente escolar que é o primeiro espaço de socialização da criança.

 

A maioria dos adultos não tem um bom discernimento sobre suas emoções, e busca apoio para entendê-las depois de já ter passado por muitas experiências desafiadoras. A educação emocional na infância vai poupar nossas crianças disso em seu futuro, e ainda contribuir para melhorar sua visão de autoestima e confiança.

 

Veja, a seguir, 4 estratégias que você pode implementar em educação emocional para isso.

 

#1 Dialogar com os pais e responsáveis

 

A educação emocional deve, sem dúvidas, começar em casa. Não é tão simples quanto parece, especialmente porque os pais e responsáveis pelas crianças não passaram, eles próprios, por esse processo educativo focado em emoções. Assim, torna-se desafiador implementar com seus filhos.

 

O papel do professor e da escola, neste caso, está em oferecer conhecimento e ferramentas para os pais e responsáveis que contribuam com a execução de atividades neste sentido em casa. A busca por consultorias parentais também pode ser um caminho importante, e cabe aos professores contribuir com indicações, caso as tenham.

 

#2 Criar e alimentar rotinas de reconhecimento das emoções

 

Pais e professores podem estimular o desenvolvimento de aspectos como a autoestima e a confiança dos alunos através do reconhecimento de suas emoções. Para isso, você pode criar rotinas nas aulas em que essas crianças sejam provocadas a falar sobre como estão se sentindo.

 

Um caminho para isso pode ser criar quadros, murais ou potes das emoções, em que a criança e o professor ou os pais vão contribuindo com os itens conforme se sentem. Por exemplo: coloque alguns potes de vidro ou plástico sobre uma mesa e identifique-os conforme a emoção que vão representar. A cada momento, procure saber como as crianças estão se sentindo, e convide-as a depositar uma ficha no pote que representa este sentimento.

 

Para este exercício, é fundamental que haja uma construção de conhecimento sobre os nomes das emoções e como elas se manifestam. Com o tempo, o preenchimento dos potes vai gerando conversas e contribuindo com o desenvolvimento e a educação emocional das crianças.

 

Isso poderá servir também para entender como está o clima da sala, o que pode estar ocasionando um determinado sentimento e, a partir disso, dar um direcionamento sobre o que fazer.

 

#3 Promover dinâmicas e trabalhos manuais

 

Os trabalhos manuais podem ser grandes aliados da sua escola na educação emocional e no desenvolvimento de competências de autoestima e confiança. Quanto mais seguros os estudantes se sentirem do seu próprio potencial, melhor será o seu posicionamento e desempenho.

 

Crianças e jovens seguros de si, confiantes na sua capacidade e capazes de compreender suas emoções se tornam pessoas muito mais maduras. Isso pode ser estimulado através do fomento a dinâmicas e trabalhos manuais em sala de aula, convidando todos os alunos a participarem e construírem em conjunto.

 

Quando uma criança consegue atingir os objetivos propostos em uma atividade, ela naturalmente se sente mais confiante em si mesma e se sente mais capaz. Isso impacta diretamente na autoestima, proporcionando um desenvolvimento emocional seguro.

 

#4 Educar com afetividades positivas

 

O afeto é formador de caráter e de personalidade. A forma como nos relacionamos com as pessoas e com os nossos desafios diz muito sobre as nossas experiências prévias e sobre os tipos de estímulo que recebemos. Aqui é importante lembrar que o conceito de afeto não está ligado somente a coisas boas, mas também a sentimentos e percepções negativas.

 

Professores que se doam de coração para oferecer carinho e segurança aos alunos são aqueles que, normalmente, marcam as trajetórias e são lembrados positivamente por eles no futuro. Aqueles que estimulam afetividades negativas, como exposição, humilhação e vergonha, deixarão sua marca com traumas e bloqueios no desenvolvimento.

 

Por isso, para promover uma educação emocional focada em desenvolver a autoestima e a confiança dos alunos, é preciso educar com afetividades positivas. A criação de vínculos contribui para o sentimento de confiança e, com isso, para que o aluno se entregue e participe cada vez mais ativamente do seu próprio processo de crescimento. A educação emocional e o trato com as emoções são fundamentais na nossa sociedade atual, estando inclusive previsto o seu desenvolvimento pela BNCC.