A avaliação de desempenho dos estudantes nas escolas é um assunto cuja compreensão e aplicação vem passando por transformações nos últimos anos. Tradicionalmente, considera-se que a avaliação tem como objetivo mensurar quanto cada aluno conseguiu assimilar dos conteúdos passados em sala de aula, através de respostas a perguntas em provas.

 

No entanto, muitas correntes educacionais questionam a eficiência desse método avaliativo tradicional, no sentido de que não necessariamente uma prova diz sobre o quanto uma pessoa aprendeu. O aprendizado passa por diversas vertentes diferentes, e envolve também o desenvolvimento de competências e habilidades de aprendizagem e socioemocionais, noções de cidadania e colaboração que não podem ser avaliados em uma prova de conhecimento.

 

Para te ajudar a ampliar seus horizontes sobre o tema, preparamos este artigo trazendo um panorama de como as escolas vêm abordando a avaliação de desempenho dos estudantes, e algumas dicas de como você pode colocar isso em prática na sua instituição.

 

O que é e para que serve a avaliação de desempenho dos estudantes

 

A avaliação de desempenho dos estudantes tem como principal objetivo contribuir para orientar o trabalho da equipe pedagógica em sala de aula. Ou seja, a partir dos resultados das diferentes atividades, a instituição consegue dimensionar onde precisa colocar mais atenção e foco, e entender como anda o processo de desenvolvimento dos alunos.

 

A avaliação deve ter como critérios os objetivos de aprendizagem para aquele momento, estabelecidos pela instituição (através do currículo e do planejamento) e elaborados conjuntamente com os alunos. Assim, com base nos objetivos traçados, é possível compreender o que seria os resultados desejados e, a partir disso, proceder com as avaliações.

 

A compreensão sobre o desenvolvimento dos estudantes pode se dar através da análise de provas, redações, apresentações de trabalho em grupo, defesa de argumentos etc. Deve estar embasado nos objetivos de aprendizagem alinhados no início do processo, avaliando o quão próximo deles cada estudante conseguiu chegar até o momento.

 

Para além das dinâmicas avaliativas tradicionais, relacionadas aos conteúdos ministrados em sala de aula, é possível também implementar nas escolas outros tipos de exame. Um exemplo são as avaliações de desempenho dos estudantes por parte dos professores, de modo que cada docente avalie cada estudante de uma turma.

 

Depois, em reunião de Conselho, todos podem conversar sobre os resultados. Neste caso, uma dica legal é envolver os pais e responsáveis para repassar as percepções.

 

Outra possibilidade é implementar a autoavaliação de cada estudante. Assim, determinar alguns pontos para serem comentados e solicitar aos estudantes que discorram sobre eles mesmos dentro desses quesitos também pode ser um bom caminho.

 

Isso contribui para que o estudante sinta que tem protagonismo e que está sendo ouvido. Além disso, dá a oportunidade para que ele construa sua própria argumentação, trabalhando e desenvolvendo também esta importância competência para os dias atuais.

 

Boas práticas na avaliação de desempenho em escolas

 

Conceitualmente falando, existem alguns tipos diferentes de avaliação de aprendizagem e de desempenho dos estudantes que podem ser aplicados nas instituições de ensino. Vamos apresentar a seguir os principais, trazendo também algumas dicas de boas práticas para ajudar a sua escola a colocá-los em prática.

 

Antes de avançarmos, é fundamental que os gestores e professores compreendam a importância de sempre construir os processos avaliativos em conjunto com os alunos. Isso contribui com o engajamento e com a motivação, além de fazer com que os estudantes estejam 100% cientes de como e porquê estão sendo avaliados a cada momento.

 

Avaliação formativa

 

Neste tipo de avaliação, o objetivo é identificar se as propostas iniciais do professor foram realizadas ao longo do processo de aprendizagem. Neste formato, o aluno precisa mostrar o que aprendeu e reforçar suas capacidades cognitivas na solução de problemas.

 

Para realizar essa forma de avaliação, uma dica de boa prática é manter rotinas diárias de revisão das anotações, verificação da tarefa de casa, realização de provas etc.

 

Avaliação somativa

 

Em complemento às avaliações formativas, a avaliação somativa tem como objetivo realmente mensurar, de forma objetiva, uma pontuação que caracteriza a evolução do estudante para a próxima etapa na sua jornada educacional. Ou seja, provas e trabalhos finais que vão demonstrar, através da nota obtida, se o estudante está aprovado — segundo os critérios previamente estabelecidos — para avançar para a série seguinte.

 

Aqui podem ser levados em consideração também os resultados cumulativos de notas obtidas durante o ano letivo, por exemplo, para contribuir com a nota final.

 

Avaliação cumulativa

 

A avaliação cumulativa tem um caráter mais de acompanhamento do que necessariamente de mensuração objetiva sobre o desempenho dos estudantes. Nela, o professor verifica junto com o aluno, no dia a dia da sala de aula, sobre como está sendo o aprendizado para ele.

 

O professor também pergunta se o estudante teve dúvidas em um conteúdo repassado, por exemplo, ou se conseguiu realizar todas as anotações e se compreendeu o assunto em questão. O objetivo é construir as bases para que as avaliações formativas e somativas, por exemplo, tenham maior sucesso no futuro. Acompanhe sempre seus estudantes, estar próximo a eles pode fazer toda a diferença em seu processo de aprendizagem!

 

Avaliação diagnóstica

 

A avaliação diagnóstica é uma percepção na direção oposta à avaliação de desempenho dos estudantes que pode ser feita pelos professores. Aqui, a ideia é que os alunos avaliem os professores, os conteúdos e as aulas ministradas. Assim, o objetivo da avaliação diagnóstica é contribuir para a melhoria das práticas pedagógicas e do ensino, de modo geral, a partir da visão dos principais interessados no processo: os estudantes.

 

Esta avaliação pode ser implementada periodicamente, a cada final de trimestre, por exemplo, ou então conforme alguma necessidade mais urgente identificada. Procure sempre fazê-la para contribuir com o aumento de interesse e engajamento e, consequentemente, com o melhor desempenho dos estudantes nas demais avaliações.

 

Além dessas dicas de tipos de avaliação e boas práticas, separamos algumas recomendações que você pode aplicar de forma mais geral no registro do desempenho dos estudantes. Confira:

 

• utilizar testes adaptativos;
• contar com tecnologia para o gerenciamento dos processos;
• alinhar sempre o propósito e objetivo das avaliações com os estudantes;
• e personalizar o ensino conhecendo os alunos e suas necessidades.