Dia 5 de junho marca a importância do debate de recuperação ambiental do planeta em 2024
Comemorado em 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente tem como principal objetivo chamar a atenção de todas as esferas da sociedade para os problemas ambientais e a importância da preservação dos recursos naturais, que, ao contrário do que muitos ainda podem pensar, não são inesgotáveis. Os recursos naturais findam, e os impactos da atividade humana desgastam cada vez mais o meio ambiente, por isso entender a importância dessa conscientização é um passo crucial no caminho para a preservação.
A origem do Dia Mundial do Meio Ambiente remonta à Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972. O evento marcou um ponto de virada na maneira como todo o mundo abordava as questões ambientais, estabelecendo princípios fundamentais para orientar as políticas de proteção ambiental globais.
Segundo o Secretário Geral da ONU, António Guterres, mais de 200 milhões de pessoas podem se tornar refugiados climáticos até 2050 em razão da crise climática. A destruição de habitats, a poluição, as mudanças climáticas e o consumo excessivo de recursos naturais são algumas das questões mais críticas que ameaçam a biodiversidade e a sustentabilidade do planeta. Sem ações concretas e mudanças nos hábitos de consumo e produção, a perda de biodiversidade e o esgotamento dos recursos naturais vão impactar a sobrevivência humana. No Brasil, já é possível ver alguns reflexos desses impactos: desde as tragédias do último ano com as enchentes em Santos até a devastação, neste ano, de muitos municípios no Rio Grande do Sul.
Um pouco sobre a temática escolhida este ano
Ao longo dos anos, diversos temas foram abordados no Dia Mundial do Meio Ambiente para destacar diferentes aspectos da crise ambiental. Em 2024, o foco será a “restauração da terra, desertificação e resiliência à seca”. Essas ações são vitais para enfrentar as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição.
A restauração de terras consiste em reverter os danos causados ao solo, recuperando sua fertilidade e capacidade produtiva. Este processo pode incluir práticas como a replantação de florestas e a implementação de técnicas de agricultura sustentável. Restaurar a terra melhora a produção agrícola, a segurança alimentar e ajuda a “sequestrar” carbono, contribuindo para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Já a desertificação é a degradação da terra em regiões áridas, semiáridas e subúmidas, resultando na perda da capacidade produtiva do solo. Um fenômeno que é impulsionado pela atividade humana, entre elas, o sobrepastoreio, o desmatamento e práticas agrícolas inadequadas, além das mudanças climáticas, consequência dessa atividade. O combate à desertificação é importante para proteger os ecossistemas e para melhorar a qualidade de vida das tantas populações afetadas pela prática e que dependem da agricultura de subsistência para sobreviverem, além de ser eficaz para a sustentabilidade dos recursos naturais.
A temática se associa muito à resiliência à seca, que envolve a capacidade de uma comunidade, ecossistema ou economia de se adaptar e se recuperar dos impactos da seca, que assim como a desertificação, afeta a fertilidade do solo. Isso pode ser alcançado por meio da gestão eficiente da água, do cultivo de plantas resistentes à seca, da construção de infraestrutura de armazenamento de água e da implementação de políticas de uso sustentável da terra.
A celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente é um momento para refletir e agir, para promover campanhas de grande impacto que incentivem mudanças imediatas nos nossos hábitos diários, de modo que todos possam assumir a responsabilidade ambiental, desde governantes até cidadãos comuns. É importante lembrar, sobretudo, o papel da educação nesse contexto, e como os temas ambientais precisam ser incorporados na educação desde as mais tenras idades, atendendo a transversalidade proposta pela Base Nacional Comum Curricular.
Entre as trilhas educativas da Inicie que dialogam diretamente com o desenvolvimento sustentável para alinhar os estudantes a essa visão global de proteção ambiental, estão o “S@S Startup at School”, “Projeto Luneta” e a trilha “Jangada Criativa”.
O “S@S Startup at School” proporciona aos estudantes aprendizado em empreendedorismo, com a experiência de passarem por todas as etapas do desenvolvimento de uma startup. Os tópicos incluem inovação, criatividade, trabalho em equipe, gestão, planejamento estratégico, marketing, finanças, e desenvolvimento de produtos. Para desenvolver o projeto proposto nesta trilha, os alunos devem trabalhar em equipe, simulando uma empresa real, e devem também identificar um problema real de suas comunidades para criar uma solução inovadora, estruturar um plano de negócio e apresentar sua startup em um pitch. O objetivo é desenvolver habilidades empreendedoras abrangentes e aplicar a teoria na criação de startups em que os problemas a serem resolvidos por eles estejam focados em algum dos temas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Todas as quatro trilhas do “Projeto Luneta” também estão conectadas aos Objetivos e Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. O “Projeto Luneta: imagens que encantam” ajuda estudantes a ler, interpretar e criar conteúdo gráfico, utilizando a dinâmica entre texto e imagem para comunicar ideias de forma eficaz. O “Projeto Luneta: ambientes que colecionam e organizam” auxilia os estudantes a desenvolver habilidades para organizar e centralizar informações, facilitando a curadoria e realização de trabalhos escolares. “Projeto Luneta: histórias que encantam” ajuda os estudantes a criar apresentações de slides impactantes, utilizando elementos gráficos e recursos multimodais para comunicar informações de forma clara e embasada e o “Luneta: dados que informam”auxilia os alunos a criarem infográficos eficazes e atraentes, combinando texto e imagem para apresentar dados complexos de maneira clara e informativa.
Já a trilha “Jangada Criativa” integra a cultura maker ao processo de aprendizagem, incentivando os estudantes a desenvolver habilidades digitais e socioemocionais enquanto identificam e mapeiam problemas reais, com muita mão na massa e criatividade. Utilizando programação, automação com Arduino e prototipação 3D, os alunos são encorajados a aplicar esses conhecimentos na criação de soluções maker para a resolução de problemas, e no projeto final, os estudantes prototipam uma solução que aborda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A Cultura Maker, por si só, aborda questões de sustentabilidade ao promover a inovação e a criatividade com foco na reutilização de materiais e na redução do desperdício.
Entre os projetos finais criados pelos alunos nas trilhas citadas, um destaque é a proposta de intervenção desenvolvida por dois estudantes do Instituto Maria Auxiliadora da Rede Salesiana, em Rio do Sul/SC, que visa a produção de chuveiros equipados com um timer e sensor de presença para reduzir o consumo de água. O projeto dos chuveiros inteligentes se relaciona principalmente com os ODS 6, 12 e 13. O ODS 6 visa garantir a disponibilidade e gestão sustentável da água, o que é diretamente abordado pelo projeto ao reduzir o desperdício de água durante os banhos. O ODS 12, que trata de consumo e produção responsáveis, é atendido pela promoção de hábitos mais eficientes e conscientes no uso da água. O ODS 13, focado em ação contra a mudança global do clima, é apoiado pela redução do consumo de energia associada ao aquecimento e bombeamento da água, contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
Outro projeto final inovador feito por alunos que passaram pela trilha S@S Startup at School é o EcoCup, da Escola Nossa Senhora Auxiliadora, em Ponte Nova/MG, que almeja reduzir o uso de plásticos descartáveis e promover práticas de consumo mais sustentáveis, estando diretamente relacionado aos ODS 12, 13 e 14. O ODS 12, que trata de consumo e produção responsáveis, é atendido ao incentivar o uso de copos de bambu, uma alternativa renovável e sustentável aos copos plásticos. Isso também reduz a quantidade de resíduos de resíduos plásticos que acabam poluindo os ecossistemas marinhos, indo de encontro a proposta do ODS 14, que busca conservar e usar de forma sustentável os oceanos. O ODS 13, focado em ação contra a mudança global do clima, é apoiado pela menor emissão de gases poluentes e menor consumo de energia na produção de bambu em comparação com o plástico.
Ao dialogarem com os ODS, as trilhas reforçam a importância da conscientização e a força dela por meio da educação, auxiliando os alunos a entenderem mais sobre o desenvolvimento sustentável e equipando-os com as ferramentas e habilidades necessárias para serem agentes de mudança em suas comunidades, de modo a formar uma geração cada vez mais consciente e engajada pela mudança.