Não é segredo para ninguém que estamos vivendo a Era da Informação. Ou seria a Era da Desinformação? Ao mesmo tempo que temos cada vez mais conteúdos disponíveis a todo momento devido ao crescimento dos meios digitais e isso é um grande benefício, somos diariamente bombardeados com novos conteúdos por toda parte. A educação midiática é uma forma de traduzir toda essa realidade para os estudantes que representam as nossas novas gerações.
Seja por redes sociais, seja pelos veículos de imprensa ou até mesmo pela conversa de corredor entre parentes e amigos. Estamos expostos a muitas informações com diferentes fontes e níveis de credibilidade, sendo nós mesmos, muitas vezes, os produtores desse conteúdo, o que também envolve uma grande responsabilidade na mensagem.
Saber discernir o que é informação do que é desinformação, o que é fato do que é opinião e o que são conteúdos verdadeiros e de qualidade é fundamental para integrar e participar ativamente do mundo conectado que vivemos hoje. Até mesmo algumas redes sociais lançaram campanhas com o objetivo de conscientizar seus usuários a este respeito, o que mostra a força da temática e a importância de ela ser levada para a sala de aula.
Por isso, neste artigo, trazemos para você um pouco mais sobre este tema da educação midiática que vem crescendo cada vez mais em nosso país e que é de fundamental importância que seja implementado em nossas escolas. Acompanhe!
O que é educação midiática
Educação midiática é uma forma de promover uma sociedade mais consciente através do desenvolvimento da capacidade de leitura e interpretação crítica das mensagens e conteúdos que chegam até nós diariamente.
Fazendo uma correlação com o que se conhece por Big Data no universo da tecnologia, o grande fluxo de informações compartilhadas e acessadas todos os dias precisa ser atribuído de um sentido. Um conjunto de dados numéricos sem um contexto ou uma regra não significam nada, assim como ler informações sem a devida interpretação pode modificar a compreensão e, consequentemente, o significado daquela mensagem.
Mas não somente vamos aqui acusar o mundo e nos fazer de heróis: educação midiática também passa pela conscientização sobre a produção de conteúdos dentro desse cenário. Assim como a leitura e interpretação, a produção crítica é fundamental para contribuir positivamente com a Era da Informação em que vivemos.
Porque a educação midiática é importante
Como já mencionado anteriormente, existe uma linha tênue entre o que chamamos de Era da Informação e o que, na prática, se mostra como uma Era da Desinformação. Com a democratização do acesso ao conhecimento, com cada vez mais formas simplificadas de se chegar até ele vem o grande desafio do desenvolvimento do senso crítico.
A educação midiática se mostra como uma forma de as escolas e instituições de ensino assumirem uma responsabilidade que já lhes é compartilhada pela contribuição para que este senso crítico seja desenvolvido nos estudantes.
Instituições que já têm ou estão em um processo de implementação de uma cultura digital, por exemplo, para tornar os processos e o aprendizado já mais direcionado ao mercado atual conectado e à era digital, são as mais propensas a identificar a educação midiática como sendo importante.
No entanto, foi definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino básico que o desenvolvimento das competências de leitura crítica da informação recebidas por jornais, revistas, internet e redes sociais deve estar presente na matriz curricular de todas as instituições em algum nível.
Isso coloca a educação midiática não mais como uma opção para poucos ou como uma alternativa, mas como uma maneira de se pensar educação de forma holística. A contribuição dos professores enquanto educadores e formadores é fundamental no sentido de acender o alerta nos estudantes para que, no mínimo, prestem mais atenção nas informações que os cercam.
Analisar a veracidade de uma informação recebida por alguma rede social ou até mesmo vinda de uma fonte confiável pelo WhatsApp. Isso é de suma importância para combater a propagação de fake news, assunto de que tanto ouvimos falar principalmente em contextos eleitorais e ligados a temas mais polêmicos.
Essa atenção aos fatos muda a forma como os estudantes constroem o seu desenvolvimento cognitivo e como se relacionam com o mundo e as pessoas ao seu redor. Os caminhos por meio dos quais a instituição vai incluir a educação midiática em sua matriz curricular cabe a cada uma, no entanto deve-se notar que esta é uma área interdisciplinar que deve permear todo o contexto do aprendizado, e não ficar restrita somente a uma disciplina ou outra dentro da grade.
De forma resumida: educação midiática é importante nas instituições de ensino porque ajuda a desenvolver um conjunto de habilidades para que os alunos possam acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático em todos os seus formatos. São diretrizes principais desta metodologia:
- ler criticamente;
- escrever com responsabilidade;
- participar ativamente.
Como aplicar nas instituições de ensino
O desenvolvimento da competência de educação midiática, ou seja, a produção, leitura e interpretação crítica do que se recebe por redes sociais ou pela imprensa, pode ser feito de diversas formas dentro das instituições de ensino, sendo a principal e mais comum delas a inserção nas aulas de Língua Portuguesa.
O objetivo é estimular dentro da sala de aula que as crianças de jovens desenvolvam a capacidade de estabelecer relações e conexões, fazer analogias, analisar informações recebidas, compreender a origem daquele dado e refletir sobre essa cadeia entre quem produz e quem consome o conteúdo e o seu papel na sociedade.
Uma forma possível de levar a educação midiática para além de somente uma disciplina, como já comentamos ser importante, é os professores definirem diretrizes de que tipo de notícia pode ser levada para análise conjunta em sala de aula, por exemplo, e fazer buscas que relacionem ao tema das disciplinas que não sejam português.
Nas aulas de História o professor pode buscar notícias atuais em que se diga que o Nazismo na Alemanha ou a Ditadura Militar no Brasil não existiram, por exemplo, e levar isso para a sala de aula para mostrar aos alunos como detectar as características falsas daquele conteúdo.
Notícias divulgando que a cloroquina é um medicamento eficaz na cura da Covid-19, ainda que não haja comprovação científica em nenhuma parte do mundo para tal, podem ser levadas às aulas de Biologia e Química para serem debatidas em um nível mais técnico para serem levantados pontos de possível identificação de fake junto aos alunos.
Isso contribui para que eles se sintam instigados a sempre questionar as informações e sua origem, sendo capazes de analisar criticamente tudo o que recebem e não sendo simplesmente máquinas de transmissão da Era da Desinformação.
Ficou claro para você o que é entendido pelo conceito de educação midiática? Se tiver ficado alguma dúvida durante o conteúdo ou se tiverem surgido novas ideias de aplicação do processo na sua instituição, entre em contato com nosso time de especialistas que será um prazer ajudá-lo nessa transformação!
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