A cultura digital da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) consiste em uma das 10 competências consideradas como essenciais para serem desenvolvidas nos estudantes para o seu futuro no mercado de trabalho. O principal mote por trás da determinação desta competência dentro da BNCC é atender a uma demanda latente no mercado que é o uso de tecnologias digitais no dia a dia das pessoas.
É importante sinalizar que o texto da lei foi concebido em um período anterior à pandemia de coronavírus, e naquele momento já não era mais imaginável que as escolas e universidades pudessem impedir ou evitar o uso de celulares e notebooks pelos estudantes, por exemplo. Agora que as aulas não só se utilizam dos telefones e notebooks, mas são possibilitadas única e exclusivamente devido a eles, essa visão ganha ainda mais significado e relevância.
No período de isolamento social muitas escolas suspenderam suas atividades presenciais e passaram a utilizar um modelo híbrido ou totalmente remoto (dependendo da instituição). Com isso, as habilidades de “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais […]” tornam-se ainda mais essenciais.
O que é cultura digital da BNCC
Já trouxemos ali acima uma palhinha do que diz a lei da BNCC sobre a cultura digital, confira o parágrafo completo: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”.
Além desses aspectos, o texto da lei menciona também a importância do letramento digital enquanto prática necessária para que se consolidem todos os processos da cultura digital da BNCC. Isso quer dizer que se entende que o consumo de recursos digitais não faz parte da realidade de todas as pessoas, e muitas vezes mesmo que faça, alguns não possuem discernimento para interpretar e fazer uso de forma positiva e produtiva.
Para isso, são habilidades esperadas dos alunos até o fim do ensino fundamental, dentro da cultura digital da BNCC:
- utilização de ferramentas digitais;
- produção multimídia;
- linguagens de programação;
- domínio de algoritmos;
- visualização e análise de dados;
- mundo digital;
- uso ético da tecnologia.
A capacidade de filtrar as informações recebidas, fazer uma interpretação crítica do que se lê ou assiste, estar familiarizado com as diferentes formas de atuação nos meios digitais, e fazer uso ético de tudo que está envolvido na tecnologia também fazem parte do conjunto de ações previstas pelo letramento digital.
Uma dessas formas possíveis de atuação nos canais digitais é como produtor de conteúdo e informações. Atualmente, com as redes sociais, por exemplo, todo mundo pode compartilhar suas ideias através de publicações, vídeos, artes etc. Isso também deve ser aprendido e estimulado desde a idade escolar para que se faça cumprir o previsto para a criação de uma cultura digital da BNCC.
Assim, entende-se como cultura digital tudo que envolve o uso de tecnologias digitais nas relações interpessoais e na comunicação em seus mais diversos formatos e objetivos. Isso, no entanto, não é algo para ser ensinado nas escolas como se fosse uma única disciplina, por exemplo.
A cultura digital da BNCC entra no currículo escolar através da interdisciplinaridade, trazendo contribuições que façam uma conexão próxima com a realidade dos estudantes para ter uma assimilação mais fácil. Confira a seguir como implementar uma cultura digital na sua instituição de ensino, contando com o apoio de plataformas especializadas.
Como implementar a cultura digital da BNCC na sua escola
O repasse de informações aos estudantes sobre tecnologias digitais é concebido como um conteúdo integrante da grade curricular a partir de duas competências da BNCC. No entanto, o tema permeia todo o restante das competências, e pode ser incluído como ferramenta de ensino e aprendizagem quando o assunto abordado não for necessariamente tecnologia.
Explicamos: o uso de uma plataforma 100% digital integrada a recursos como o Google for Education, por exemplo, consiste em uma tecnologia que pode ser incluída gradativamente na rotina dos alunos neste tipo de trabalho. Assim, eles aprendem a lidar com a tecnologia através do uso da plataforma para executar as atividades que são necessárias, e sequer percebem que estão aprendendo sobre tecnologia.
Outra maneira de abordar assuntos ligados a tecnologia é nas aulas das disciplinas como artes, português, inglÊs, história, matemática, filosofia etc. Ao trazer elementos de tecnologia utilizados na arte contemporânea; estudos sobre o vocabulário digital; estudar a revoluções históricas que envolveram tecnologia e informação; falar sobre lógica e pensamento computacional; e até abordar a ética e a crítica do pensamento ligado à tecnologia. Todas essas são alternativas possíveis, mas você enquanto professor e gestor de uma instituição de ensino pode usar a sua criatividade para trazer muito mais!
O que é necessário antes de tudo isso, no entanto, é que a sua instituição passe por uma reforma geral da gestão dos processos. Isso implica em uma reformulação da proposta pedagógica, um treinamento adequado para professores e gestores que estarão envolvidos nas novas formas de ensinar e, claro, um estudo aprofundado para promover um investimento em tecnologias educacionais.