12 de junho: combater o trabalho infantil é investir no presente e no futuro das crianças

Em 2023, o Brasil registrou 1,6 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil. Embora o número represente uma redução de 14,6% em relação a 2022 e seja o menor patamar desde o início da série histórica em 2016, ainda estamos longe de erradicar essa realidade.

O trabalho infantil segue afetando principalmente jovens entre 16 e 17 anos (895 mil), mas também atinge 346 mil crianças entre 5 e 13 anos — uma fase em que o trabalho, além de ilegal, compromete o desenvolvimento físico, emocional e social.

Mais de 65% das vítimas são crianças e adolescentes negros. Os meninos representam a maioria dos casos (63,8%), o que reforça desigualdades raciais e de gênero que precisam ser enfrentadas com urgência.

A boa notícia é que o número de crianças e adolescentes em atividades de alto risco (Lista TIP) caiu 22,5% em relação ao ano anterior, somando 586 mil vítimas em 2023. Isso mostra que políticas públicas e mobilização social podem, sim, fazer diferença.

Mas o combate ao trabalho infantil vai além da fiscalização, e é na escola que se constroem alternativas. Escolas que acolhem, educam com intencionalidade e valorizam o brincar como ferramenta de aprendizagem ajudam a romper ciclos de pobreza e exclusão. Isso porque a infância é tempo de aprender, imaginar, criar e brincar.

A erradicação do trabalho infantil até 2025 é uma meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e o Brasil é signatário desse compromisso. Mas ainda temos muito a fazer. Para alcançá-la, precisamos de investimentos consistentes em educação, proteção social e combate às desigualdades.

Neste 12 de junho, lembramos que:

–  criança tem que brincar;
– adolescente tem que adquirir novos conhecimentos;
–  a escola é essencial para proteger e preparar todos para o futuro.

Um futuro justo se constrói com cuidado no presente. Assim, nós ajudamos a combater o trabalho infantil quando investimos em educação de qualidade, proteção social e oportunidades reais para as famílias.