Como a tecnologia vem transformando a forma de fazer arte?

A evolução da arte com a tecnologia, os desafios da IA e a polêmica do Studio Ghibli x ChatGPT


Em 15 de abril, celebramos o Dia Mundial da Arte, uma data para refletirmos sobre o papel da arte na sociedade e sobre como ela evoluiu ao longo do tempo. Desde os primórdios da humanidade, a arte é uma forma de expressão, comunicação e transformação. E, com o avanço da tecnologia, ela ganhou novas formas, linguagens e possibilidades.

No século XIX, a invenção da fotografia mudou para sempre a forma como vemos e representamos o mundo. Ela democratizou a arte, permitindo que momentos fossem capturados e compartilhados de maneira mais acessível. A fotografia também influenciou movimentos artísticos, como o realismo e o impressionismo, que buscaram retratar a realidade de forma mais autêntica.


No início do século XX, o cinema e o rádio surgiram como novas formas de expressão artística. O cinema trouxe a possibilidade de contar histórias de maneira visual e dinâmica, enquanto o rádio popularizou a música e a narrativa sonora. Ambos transformaram a cultura e a forma como consumimos arte.


Com o advento da computação, a arte digital ganhou espaço, permitindo a criação de obras usando software, animações e até realidade virtual. Hoje, tecnologias como a realidade aumentada (AR) e a impressão 3D estão mudando a forma como a arte é criada e experienciada. Hoje é possível realizar visitas virtuais a museus no mundo inteiro e explorar acervos antes inacessíveis por muitas pessoas.

Nas últimas semanas, a internet está vivenciando uma discussão que mexe com a essência da criatividade: inteligência artificial e a produção artística. A polêmica da vez envolve o Studio Ghibli e inteligência artificial generativa, o ChatGPT. A icônica casa de animação japonesa, conhecida por suas obras feitas à mão e seu compromisso com a arte tradicional, já se posicionou contra o uso de IA na criação de animações. Recentemente a trend de “animar” fotografias com o “estilo Ghibli” se transformou em uma pauta sobre o direito de uso e os limites da IA. 

Enquanto uns defendem que a tecnologia pode ser uma ferramenta para potencializar a criatividade, outros veem nela uma ameaça à autenticidade e ao trabalho humano. 


A IA é uma das tecnologias mais disruptivas da atualidade, e seu impacto na arte não poderia ser diferente. Ferramentas de IA atuais já permitem a criação de imagens, textos e até músicas com base em comandos simples. Isso abre um leque de possibilidades para artistas, mas também levanta questões importantes:

  • Quem é o verdadeiro autor de uma obra criada por IA? O artista que a concebeu ou a máquina que a executou?
  • A IA democratiza a criação artística, permitindo que mais pessoas explorem sua criatividade, mas também pode desvalorizar o trabalho de artistas tradicionais.
  • Como garantir que a IA seja usada de forma ética, sem reproduzir preconceitos ou violar direitos autorais?


A tecnologia transformou a arte em todas as suas formas, ampliando suas fronteiras e tornando-a mais acessível. No entanto, também trouxe desafios que precisam ser discutidos, especialmente com o avanço da IA. A arte sempre foi um reflexo da sociedade e de seu tempo, e, com a tecnologia, ela continua evoluindo, nos mostrando que a criatividade humana é infinita.